quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Ele, meu Dezembro

Ele tem medo de entrar numa fria, 
de inspirar poesia. 
O que ele não consegue tocar,
é sempre novidade e 
dor de cabeça. 
Ele é um moço com um bocado de coragem 
bem maior que seu orgulho. 
Mas ele ainda não aceita 
o que eu pretendo inventar. 
Quem é ele? 
Quem é ele...


13, dezembro de 2012



sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Sem intitular nada agora...

   Agradeço a Deus por ter dormido algumas horas, o resultado da noite virando madrugada é esse vazio impertinente, que agora me dá a certeza que não vai me deixar viver direito. Revirei na cama o resto da madrugada, tentando acreditar nesse desfecho. Pedindo ao meu pensamento que não mais lembrasse de nada, nem do meu nome... Até o sono cair em mim. Daqueles conselhos que te dei na primeira e ultima carta, agora eu que precisei fugir de casa, de mim. Me vejo sentada em uma praça qualquer, sem jamais deixar de escrever. Observando a vida seguir o seu percurso, penso, ainda bem que aqui fora nada mudou. Eu também vou seguir, mesmo com esse coração estragado.
   Lá na outra rua passa a menina da bicicleta vermelha, que vontade de gritar... Ei, não se apaixona não!
A vida custa muito caro, depois de um erro desses. Depois de ontem, ainda digo... Tu foi o meu erro mais bonito. Eu queria mesmo te dizer tantas coisas... Daquelas coisas que perturbam, incomodam e pousam na gente. Mas eu quis também aproveitar tua presença no mesmo espaço, no mesmo metro quadrado. Eu quis aproveitar teu silêncio gritante. No fim, minhas vontades se atropelaram, e nos atrapalhou. Eu te disse, que eu ia chegar em casa e chorar. Eu te disse ainda sem certeza... Que eu ia escrever sobre isso. Sobre eu querer me moldar nos teus braços. Sobre agora, eu sentir mais amor do que vergonha. 
   Eu querendo escutar aquela porta se fechando atrás de mim sem sentir saudade. Eu querendo um alivio que não existe nessa vida. Nesse minuto quebrado, eu te querendo de verdade, sem pensar em te reinventar. Não acredito no nunca mais, nunca mais é morte...Mas é o que sinto agora, vou te perder para o nunca mais. Não há mais nada que eu possa fazer, isso me põe medo, tanto medo.  Não estava nos planos aprender a não mais te amar... E tu bem disse, eu planejo demais. Talvez, porque eu não tenha outra saída. Outra coisa, de tudo que foi dito... Tuas palavras que seguraram minhas mãos..."Esquecer não, acomodar..."
Tati Bernardi, invade minhas letras e diz, ''Não se digere amor, não se cospe amor, amor é o engasgo que a gente disfarça sorrindo de dor. ''
   Eu ainda vou te eternizar em muitos outros textos, vou sim. Sempre com gratidão, por ter me tornado uma mulher de verdade. Não vou dizer adeus, eu ainda vou te encontrar  por aí, pra dizer que não deixou de ser amor.

E pra terminar, teu abraço foi o meu conforto no mundo.

25/01/2013 10:01

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Voando alto

   Não dá para argumentar comigo, quando me vejo criando dilemas sobre escrever pra quem foi embora e pra quem resolve voltar assim... Voltar do nada. Por nada. Não quero entrar em longos desabafos existenciais... Todos sabem que eu sempre te preferi irresponsável, lindo e infantil. Mas esse é o meu lugar agora. Teu adeus foi precoce, teu regresso agora não traz paz. Estamos fadados ao que eu chamo de, quase amor. Essa tua imagem de bom pai, de marido atencioso e sério, me desequilibra. Não, não porque o filho não é meu, e porque o casamento não é comigo... É que eu já disse, me apaixonei pela tua versão descontraída, moço de família.
   Mas não te via criando uma família tão cedo, nem se fosse comigo. Mas teríamos tempo pra tudo, e tu não revelaria ser essa fraude que não me agrada gostar. Não há mais felicidade, já escrevi antes que tu antecipou a vida num piscar de olhos... E eu te perco um pouco mais cada vez que teus olhos se fecham e abrem, contornando um futuro inseguro e cada vez mais certo. Certo que estamos a um passo da distância eterna. Agora que eu estava vivendo, tu volta pra bagunçar tudo e não dizer nada.
   Não sei mesmo porque fui te escrever aquela carta, não sei se um dia vai recebe-la. Só acho que fiz a minha parte, quando tanto quis dizer algo e não podia, então escrevi, como de costume. Não sei o que vai sentir por mim se chegar a tê-la em mãos, se vai ser mais desprezo disfarçado de respeito ou respeito querendo ser apenas silêncio. Jem cantando Flying High, é a música mais bonita que já escutei dizendo te amar.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

É por engano ou por desejo?

   O que não quis começar, é o que não se resolve. O que eu não resolvo. Então agora eu só quero é sair correndo por essas vielas taciturnas e contar os passos até finalmente alguém esbarrar em mim com toda certeza existente. Talvez nos falte vida, então que o ''um dia'', aconteça qualquer dia desses. Que saiba me surpreender, que me salve de mim mesma. Tudo está uma bela porcaria, mas nem com toda beleza envolvida, eu consigo esboçar gestos de confiança. 
   Tudo se desvia para o desdém, o cotidiano aliado a grosseria quer destruir o que me tornei. Aquele lugarzinho escondido do medo, não é mais páreo para tamanha figuração. Amar o tempo todo é tão cansativo, porém, bonito. Ah, você que é bonito. Me diz o que eu não daria para cansar de você? Lendo as cartas que você jamais mandou, eu entendo que as palavras ternas são só minhas. Esse nada, vai sempre me assombrar...